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Os sistemas de detecção e de alarme de incêndio possuem papel fundamental para reduzir prejuízos materiais e preservar vidas. Saiba como os equipamentos funcionam e quais benefícios oferecem.

A cada 7 segundos tem início um incêndio em algum lugar do mundo. Mais do que prejuízo e destruição, esses eventos causam um dano imensurável, pois tiram a vida de 15 mil pessoas todos os anos. “Quando me perguntam qual a importância de um sistema de alarme e detecção de incêndio, a resposta é simples: ele salva vidas”, afirma Cicero Aidar, vice-presidente e gerente global de Treinamentos e Desenvolvimento em Engenharia de Risco da Chubb. 

Um triste exemplo, segundo ele, foi o incêndio na Boate Kiss, que matou 242 pessoas e feriu outras 680 em Santa Maria (RS), em 2013. “Se a boate tivesse um sistema de alarme e detecção bem instalados, muitas das mortes poderiam ter sido evitadas”, afirma. Radicado nos Estados Unidos desde 2018, Aidar trabalha no Chubb Risk Engineering Center, o centro de treinamento global da empresa em Nova York, onde se desenvolvem processos de segurança contra o fogo e treinamentos em uma série de outros riscos que as empresas enfrentam diariamente.

O especialista adverte que o desenho de um sistema eficiente antifogo tem início nas fases de projeto e de identificação de risco. Segundo ele, não faz sentido instalar esses sistemas apenas por instalar ­– é preciso seguir passos importantes. “A primeira providência realmente é o mapeamento do risco. A partir disso, conseguimos direcionar nossos esforços para o que determinam as normas corretas”, acrescenta Aidar.

A menção às normas não é fortuita. Na área de prevenção de incêndios, os procedimentos são todos regulamentados, em especial em espaços industriais e comerciais, com grande circulação de pessoas e presença de produtos inflamáveis. A Chubb, por ser uma empresa multinacional com presença em 54 países e territórios, adota as normas da NFPA (iniciais em inglês de Associação Nacional de Proteção contra Incêndio), dos EUA. Em outros países, como o Brasil, a empresa também segue as normas locais. 

De acordo com Aidar, ao analisar um ambiente, após a identificação dos riscos prováveis, o passo seguinte é fazer o projeto a partir dos requisitos de instalação dos sistemas de detecção e alarme antifogo. Estes requisitos se baseiam na Norma 72 da NFPA – que fornece as mais recentes disposições de segurança para atender às demandas de comunicação de emergência, sinalização e detecção de incêndio. Uma vez bem projetado e instalado, esse sistema precisa ter o que o especialista da Chubb chama de ITM (Inspeções, Testes e Manutenção). “É esse conjunto de atividades, para as quais existem protocolos determinados de ações, periodicidade e constância, que garante um sistema capaz de salvar vidas”, assegura.

 

Pistas para o seu sistema de detecção de incêndio

Didático, Aidar passa a enumerar uma série de conceitos e procedimentos adotados para que o sistema funcione adequadamente. E tudo começa com o que os especialistas chamam de assinaturas, os sinais de que um incêndio está acontecendo.

Entre os sinais de fogo, os mais comuns são: calor, fumaça e chama. Todos esses sinais podem indicar a ocorrência de um incêndio. Aidar lembra do ditado “onde há fumaça, há fogo”, mas observa: “Nem sempre é verdade, mas detectar fumaça recorrentemente ajuda no combate a incêndios.”

Outro sinal ou assinatura de um incêndio são os gases provenientes de reação química de combustão. Nos EUA, afirma o especialista da Chubb, é comum as casas terem detectores de monóxido de carbono (CO), subproduto da reação de combustão. “Por meio de detectores que analisam o ar e identificam a presença desse gás, posso ter uma detecção de incêndio”, explica Aidar.

Por último, estão os detectores de chamas – que identificam no ambiente variações de radiações infravermelhas ou radiações ultravioletas que levam ao fogo. “Esses quatro grupos de sinais são o que utilizamos regularmente para detectar um incêndio”, diz.

 

Alarmes para todas as necessidades

Após identificar os sinais de problema, o passo seguinte de um sistema eficiente de detecção é fazer a notificação – ou seja, emitir um alerta para dar início ao combate das chamas. Entre os mais encontrados, principalmente em locais que exigem evacuação rápida, como cinemas e indústrias, por exemplo, está o alarme sonoro. “Pode ser em um sistema na forma de ruído ou de notificação por voz”, diz Aidar.

Ao ser acionado, as pessoas ouvem o som e instintivamente sabem que algo está ocorrendo, reagindo ao alerta. “Qualquer sinalização sonora pode ser feita desde que acompanhada de treinamento adequado, ou seja, as pessoas precisam entender que, ao ouvir aquele som, precisam reagir de determinada maneira”, ressalta.

Outra forma de fazer a comunicação de detecção de incêndio é por meio de um sistema visual, que aciona luzes estroboscópicas instaladas no teto ou em paredes, por exemplo, ou sinaliza saídas de emergência. “Esse tipo de alerta também é comumente empregado em locais fechados de grande circulação de pessoas”, diz Aidar.

Nos EUA e no Brasil, assim como em vários países onde a Chubb opera, há sistemas de alarme para pessoas que têm deficiência auditiva, deficiência visual ou ambas. Obviamente, esse público não consegue detectar os alarmes anteriormente citados. “Por isso foram desenvolvidos outros dispositivos que provocam dois outros sentidos para esse público específico: os alarmes olfativos e os táteis”, afirma o especialista.

O alarme olfativo é composto de essências que são descarregadas em determinadas áreas onde há pessoas com deficiências visual e/ou auditiva. De acordo com Aidar, é essencial treiná-las para reagir ao primeiro sinal de alarme olfativo, dando início a um procedimento de evacuação do local onde o alarme é acionado.

O mesmo processo é adotado para os chamados alarmes táteis, para pessoas que trabalham com as mãos sobre determinado equipamento, sentadas ou até mesmo acamadas. Para que elas possam tentar se locomover para uma área de evacuação, o sistema gera uma vibração. O treinamento é fundamental para que, quando sinta essa vibração, a pessoa com deficiência visual ou auditiva saiba seguir o protocolo e buscar a saída adequada.

Todas as notificações dos sistemas de detecção e de alarme citados até aqui são feitas no local do evento. “Por isso é fundamental que, além da ativação desses sistemas, seja emitido um sinal de alerta para estações remotas, como centrais de alarme e de controle, brigada de incêndio e Corpo de Bombeiros”, afirma Aidar. Isso porque, adverte ele, qualquer situação de alarme local não está necessariamente avisando uma corporação de bombeiros ou grupo de apoio mútuo que possa se deslocar para sua área e ajudar a combater o fogo.

 

Tipos de sinais de um sistema

“Ainda com referência à emissão de sinais de alerta, uma das coisas que a gente precisa diferenciar – e aí entramos numa área mais técnica – é que os sistemas de detecção de alarme podem ter três tipos de sinais”, explica o executivo. São eles: sinal de alarme, sinal de supervisão e sinal de problema.

“A realidade que encontramos na maioria das inspeções de risco, no entanto, é um sinal de alarme, vinculado necessariamente a um caso de incêndio”, ressalta Aidar. Assim, se o detector de fumaça captar algo, o painel emite um sinal de alarme.

Já os supervisórios são todas as notificações num painel que estão relacionadas a alguma necessidade de reação, mas não necessariamente relacionadas ao evento de incêndio. “Ou seja, o sinal de supervisão identifica uma anomalia no sistema e manda verificar”, conta o especialista. “Na prática, significa que algo precisa ser feito pelas pessoas que estão reagindo aos sinais que vão para ao painel, pois existe uma situação na qual, em caso de incêndio, pode ser que o sistema não funcione.”

Em relação ao último tipo de notificação, Aidar diz que é comum as pessoas confundirem o sinal de problema (também conhecido como trouble) com o de supervisão. A grande diferença é que o supervisório está identificando uma deficiência que não é inerente ao sistema.

Um exemplo prático, como o ato de fechar uma válvula, explica a diferença entre os dois tipos de sinais. “Fechar uma válvula não significa que você quebrou o sistema ou tirou sua operacionalidade, apenas que você está impedindo que a água chegue em caso de incêndio”, afirma Aidar. “Já o sinal de problema diz que algumas partes do sistema (pode ser um cabo, um detector, uma falha de bateria) está apresentando avaria”, emenda.

Todas essas ocorrências podem influenciar na eficiência do alarme e, por isso, demandam ação corretiva. “Ou seja, o sinal de alarme exige evacuação de pessoas e combate ao fogo; o supervisório pede verificação do que está ocorrendo, porque no caso de fogo, esse incêndio pode não ser combatido adequadamente; enquanto o sinal de problema indica uma avaria do sistema que o impede de funcionar”, completa o executivo.

 

Intertravamento

Aidar chama a atenção para a importância dos sistemas de detecção e de alarme para os negócios da seguradora. “Os seguros de propriedade da Chubb também são afetados pelos sistemas de detecção e de alarme, porque, além de salvar vidas, esses sistemas protegem a propriedade, permitindo que as empresas tenham continuidade de seus negócios por meio de minimização de um eventual incêndio”, afirma.

A lógica é simples: se reajo de forma adequada, a expectativa de um sinistro de alta proporção é menor. De acordo com o executivo, o sistema de detecção e de alarme também funcionam com intertravamentos, que são acionados para proteger áreas sensíveis ou para evitar que o fogo se alastre para outros ambientes, entre outras funcionalidades. “Seja para abrir rotas de fuga, para começar sistemas de extração de fumaça ou para desligar equipamentos que bombeiam líquido inflamável”, prossegue.

“Existe uma infinidade de possíveis intertravamentos que estariam conectados a esse sistema de detecção e alarme que ajudariam na contenção de um evento de sinistro ligado a uma explosão ou incêndio”, explica Aidar. No caso de incêndios de combustíveis comuns, chamados de Classe A, identificar os estágios de desenvolvimento do fogo é fundamental para que se tenha a resposta adequada.

São quatro os estágios. No primeiro deles, chamado incipiente, nada é visível a olho nu, nem chama, nem geração de calor em situação crítica. No segundo estágio, ardente (smoldering, em inglês), com produto de combustão (gases ou fumaça) começando a ser gerado, pode ser que não existam chamas nem geração crítica de calor. No terceiro estágio, porém, as chamas são visíveis, produzindo fumaça, gases de combustão e geração de calor em escala veloz. No último estágio, as chamam dominam todo o ambiente.

“Identificar esses estágios é importante porque eles vão dizer que tipo de detector vou usar em cada fase do incêndio e ajudar a montar um projeto adequado”, diz Aidar. Existem vários modelos de detectores. No estágio incipiente, os mais adequados são dois detectores. Um deles é o de monóxido de carbono, que ativa o alarme com acúmulo desse gás no ambiente. O outro é o detector de fumaça iônico: ele usa um material radioativo, o amerício-241, que emite partículas alfa e ionizam os átomos do ar. Ao entrar no aparelho, a fumaça atrapalha essa ionização e a interrupção faz soar um alarme.

No estágio ardente, o detector de fumaça fotoelétrico é bastante eficiente. É simples e linear, pois possui uma fonte de luz de um lado e um sensor do outro. “Quando o feixe de luz é interrompido ou desviado pela entrada de fumaça, a luz emitida não é completamente captada pelo sensor. Esta ação aciona um alarme”, explica Aidar.

Para o estágio final, onde as chamas já estão desenvolvidas e a geração de calor é intensa, os detectores de temperatura (que acionam o alarme com o calor) e os de raios infravermelho (IR) e ultravioleta (UV) são indicados. “Os detectores de radiação IR/UV são capazes de detectar essas radiações provenientes das chamas e gerar um sinal de alarme”, diz o executivo.

No estágio de calor intenso, quando as chamas já estão sob difícil controle, qualquer tipo de elemento fusível, encontrado nos sistemas de atuação de portas corta-fogo e nos sistemas de sprinkler (bulbos ou elementos fusíveis), ajuda a gerar os sinais que emitem o alerta.

 

Olhar integral

“O que precisa ficar claro: sistemas de detecção e de alarme são essenciais, mas só são suficientes se estiverem conectados a um sistema de combate a incêndio”, adverte Aidar. Por isso, segundo ele, é preciso alinhar a tecnologia implementada à solução necessária, dentro de uma razão técnica que atenda o custo/benefício.

“Na Chubb, usamos o conhecimento técnico com foco na redução da probabilidade de perdas. As análises e indicações apresentadas aos clientes, no entanto, precisam necessariamente estar embasadas em uma avalição objetiva do montante a ser investido, o potencial de perdas e a redução do risco obtido com esse aporte”, arremata o vice-presidente e gerente global de Treinamentos e Desenvolvimento em Engenharia de Risco da Chubb.

Esta lista de verificação contém apenas informações gerais. A Chubb não tem nenhuma obrigação de supervisionar ou monitorar a aderência de qualquer segurado a qualquer orientação ou prática estabelecida neste documento, ou a quaisquer outras práticas de controle de risco. O conteúdo deste documento é apresentado apenas para fins informativos e não se destina a substituir a consulta com seu corretor de seguros ou aconselhamento jurídico ou de outro profissional. Nenhuma responsabilidade ou garantia é assumida ou fornecida pelas informações contidas neste documento.

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