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Num cenário econômico difícil, é necessário um esforço crescente para colocar o segurado no centro da equação, o que implica estreitar a relação com ele e gerar experiências de compra positivas. Em uma palavra, passar de empresas transacionais a empresas relacionais.

Um dos legados importantes da recente pandemia é o aumento da consciência de como é fácil perder a saúde, a vida ou a propriedade, algo que antes de 2020 ocorria com menos força. Muitas empresas, sobretudo as pequenas e médias, viram a sua sobrevivência desafiada, tendo por vezes de se reinventar ou fechar.

Isso tem feito com que muitas pessoas e empresas, que antes não recebiam quem queria falar com eles sobre seguros, agora abrissem a porta para eles. Eles estão interessados ​​em, pelo menos, aprender sobre as possibilidades disponíveis. Isso, claro, nem sempre se traduz na compra de apólices, mas certamente desonera o papel do corretor: 7 em cada 10 compradores de seguros pesquisam nas redes e na internet quais produtos estão disponíveis, mas acabam comprando de um corretor, um intermediário que lhes passou confiança o suficiente.

Isso ocorre hoje em um cenário econômico que parece complexo para a região. A CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) prevê um crescimento de apenas 1,4% para 2023, em parte devido às políticas econômicas mais restritivas dos bancos centrais de todo o mundo, que prejudicam os fluxos de capitais para os mercados emergentes. Um custo de financiamento significativamente mais elevado e algumas desvalorizações na região suscitam algum ceticismo quanto à possibilidade de maior crescimento. Particularmente no cone sul, países como Chile, Brasil, Peru e Uruguai sentirão maior pressão, por conta da desaceleração da China, destino de mais de 30% de suas exportações.

Qual seria a fórmula para vencer nestes tempos de turbulência econômica? Disciplina fiscal e austeridade nos gastos correntes do governo, pontualidade no pagamento das dívidas e promoção das atividades produtivas básicas.

 

O que se espera da indústria hoje

Atendendo às tendências atuais do setor de seguros, os investimentos em InsurTech continuarão, junto à digitalização de processos, a simplificação de produtos e a promoção dos principais canais de distribuição. Há também um esforço crescente para colocar o segurado no centro da equação, o que implica estreitar o relacionamento com ele e gerar experiências de compra positivas. Em uma palavra, passar de empresas transacionais a empresas relacionais.

Isto porque o mercado em geral e em todas as áreas rapidamente se habituou a ser mais exigente. Plataformas como Uber, Netflix ou Amazon geraram uma demanda do público que não existia há poucos anos. Hoje, espera-se que nossa indústria, em particular, ofereça produtos sob medida, que podem ser ligados ou desligados conforme a necessidade. Também produtos que premiam o bom comportamento e que permitem aos segurados obter benefícios utilizáveis, mesmo que não tenha ocorrido um acidente, como descontos em farmácias ou exames médicos. Espera-se também que os intermediários se tornem mais digitalizados, tenham uma relação mais próxima e, sobretudo, preventiva.

Em uma palavra, eles não apenas procuram você perante a necessidade.

Por outro lado, a Internet das Coisas e a Internet dos Comportamentos oferecerão produtos de seguros ao público-alvo no momento certo, graças à mineração de dados, processo que busca padrões em grandes volumes de dados por meio de inteligência artificial e aprendizado de máquina. A Internet das Coisas possibilitará uma subscrição de risco mais detalhada, enquanto o risco de incidentes pode ser reduzido, por exemplo, graças a tecnologias que permitem desligar o ar condicionado ou as luzes quando não há ninguém em casa, além de ter detectores de fumaça e alarmes precoces. Na área da saúde, novos dispositivos favorecem o controle do diabetes, fato que pode favorecer a aceitação do risco.

Sem dúvida, tudo indica que para ter sucesso nos próximos anos, os agentes devem garantir que agregam valor e trabalhar para gerar uma experiência positiva com o cliente.